23 de janeiro de 2013

Como nasce uma ideia para uma Startup? Parte I

Esta semana a PreInova apresentará uma série de posts sobre como é o processo de ideias no nascimento de uma Startup. O post de hoje trata sobre os problemas iniciais, como identificar sua ideia e o que precisa para ela decolar. Então aqui vai:


Como nasce uma ideia para uma Startup? 
O melhor jeito de conseguir ideias para uma startup é tentar não pensar em ideias para startups. É procurar por problemas, preferencialmente problemas que você mesmo enfrenta.
As startups mais bem sucedidas costumam ter três coisas em comum: são algo que seus fundadores realmente querem, que eles mesmos podem construir e que poucas outras pessoas percebem que vale a pena fazer. Microsoft, Apple, Yahoo, Google e Facebook todas começaram desta maneira.
Problemas
Por que é tão importante trabalhar em cima de um problema que você mesmo enfrenta? Entre outras coisas, existe a certeza de que o problema realmente existe. Parece óbvio dizer que você só deveria trabalhar em cima de problemas que realmente existem e, ainda assim, o erro mais comum cometido entre as startups é resolver um problema que ninguém tem.
Vamos tomar como exemplo um site que coloca galerias de arte online. No final da década de 90 começaram a aparecer vários sites seguindo este modelo de negócio. Mas o problema é: galerias de arte não querem estar online, pelo menos não naquele contexto. Não é assim que funciona a arte, as pessoas gostam de ver e principalmente comprar e vender obras de arte ao vivo. Mas por que tanto tempo e recurso foi dispendido para estes sites? Porque seus idealizadores não prestaram atenção em seus usuários. Era um modelo de negócio de um mundo que não correspondia à realidade.

Por que tantos empreendedores começam um negócio que ninguém quer? Porque eles começam tentando pensar em ideias para startups. Esta maneira de operar pode ser duplamente perigosa: produzem poucas ideias boas; produzem ideias ruins, mas que soam plausíveis o suficiente para te enganar e fazê-lo trabalhar em cima delas. Esta maneira de operar gera o que se pode chamar de ideias pré-fabricadas. Imagine um programa de televisão onde um personagem estivesse começando uma startup, os roteiristas teriam que inventar uma ideia para ele trabalhar em cima, mas ter boas ideias não é algo tão simples, portanto, a não ser que eles fossem extremamente sortudos, acabariam surgindo com algo que é plausível, mas que não é uma boa ideia.
Personagem Barney do seriado "How I Met Your Mother" com sua ideia batizada de "bro bibs".
Por exemplo, uma rede social para donos de animais de estimação. Não soa claramente ser uma má ideia, na verdade, parece ser uma ótima ideia. Não raramente donos de animais de estimação se importam bastante com seus animaizinhos e gastam bastante dinheiro com eles e com certeza muitas dessas pessoas gostariam de conversar com outros donos de animais. Não todos, mas se 2 ou 3% fossem visitantes regulares, você poderia ter milhões de usuários. Você poderia anunciar ofertas direcionadas e, talvez, cobrar por algumas funcionalidades do site.
O perigo em uma ideia como essa é que quando você passa pelo crivo de amigos donos de animais de estimação, eles não dizem “Eu nunca usaria algo assim”. Eles dizem “É, talvez eu consiga me imaginar usando algo assim”. Mesmo quando a startup começa a operar e o site está em funcionamento, soará plausível para muitas pessoas. Elas não vão querer utilizar, pelo menos por agora, mas elas conseguem imaginar outras pessoas querendo. Some esta reação ao longo de toda a população e você terá zero usuários.      

O Poço

Quando uma startup chega ao mercado, tem que haver pelo menos alguns usuários que realmente necessitam do que eles fazem - não apenas pessoas que se vêem usando o serviço algum dia, mas que querem urgentemente. Usualmente, esse grupo inicial de usuários é pequeno, pelo simples fato de que se há algo que tantas pessoas necessitam urgentemente e que isto pudesse ser feito com o esforço e recursos depositados em uma startup, provavelmente, já existe. O que significa ter que se comprometer em uma única direção: construir algo que muitas pessoas querem uma pequena quantidade, ou algo que poucas pessoas querem uma grande quantidade. Escolha a segunda opção. Nem todas as ideias deste tipo são boas ideias para startups, mas quase todas as boas ideias são deste segundo grupo.
Imagine um gráfico onde o eixo X representa todas as pessoas que podem querer o que voce está produzindo e o eixo Y representa o quanto estas pessoas querem. Se você inverter a escala no eixo Y, você consegue visualizar as empresas como buracos (concavidades). Google é uma imensa cratera: centenas de milhões usam e precisam muito. Uma startup começando agora não pode esperar excavar um volume tão grande neste gráfico. Portanto, deve-se fazer duas escolhas acerca da forma do buraco que você vai começar. Você pode cavar um buraco que é amplo, porém raso, ou um que é estreito, porém profundo, como um poço.
Lembra das ideias pré-fabricadas? Elas são normalmente do primeiro tipo. Muitas pessoas estão suavemente interessadas em uma rede social para donos de animais de estimação.
Quase todas as boas ideias de startups são basicamente do segundo tipo. Microsoft era uma delas, assim como o Facebook, que começou exclusivo para a Universidade de Harvard, que restringia a poucos milhares de usuários, mas que queriam muito.
Quando tiver uma ideia, pergunte a si mesmo: quem quer isto neste momento? Quem quer isto o bastante para usar até mesmo quando for uma versão protótipo feita por alguns caras de uma startup que eles nunca ouviram falar? Se você não conseguir responder à essa pergunta, a ideia é provavelmente ruim.
Você não precisa da pequena largura do seu poço por si só. É a profundidade que você mais quer; seu gráfico ficará estreito à medida que você for otimizando sua profundidade. Na prática, o link entre as duas coisas é tão forte que é um bom sinal quando você sabe que uma ideia vai ter um forte apelo a um grupo específico ou tipo de usuário.
Porém, o seu poço pode ainda não ser o suficiente. Se Mark Zuckerberg tivesse construído uma rede que tivesse um apelo somente aos estudantes de Harvard, não seria uma boa ideia. Facebook foi uma ótima ideia porque começou com um pequeno mercado e que tinha saída para outros. Universidades são similares o suficiente para expandir através delas, o Facebook iria funcionar em qualquer uma. Uma vez que tenha todos os estudantes de universidades, você consegue outros usuários simplesmente deixando-os entrar.
Mas é importante lembrar que nem toda ideia precisa ser brilhante para dar início à uma startup. Uma startup obtém sucesso oferecendo uma tecnologia ou serviço melhor do que se tem atualmente, e não é necessário nenhuma genialidade para isso na maioria das áreas.

Não deixe de acompanhar o blog, amanhã sai mais um post da série. Não deixem de comentar também.


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